terça-feira, 30 de agosto de 2016

Arte

Introdução 
A arte africana é um conjunto de manifestações artísticas produzidas pelos povos da África subsaariana ao longo da história.
A cultura afro-brasileira nasceu profundamente baseada nas raízes das culturas africanas e percorreu um longo caminho de séculos para que essa cultura fosse realmente conquistando autonomia e singularidade própria em seus costumes.
Iniciando a cultura afro-brasileira com a chegada dos escravos ao país, primeiramente as artes produzidas localmente eram na verdade releituras e recriações das obras vinda da cultura africana, porém ao passar do tempo, ficou cada vez mais eminente que a principal herança deixada pela cultura africana foi os sentimentos e os valores emocionais deixados para as comunidades descendentes que já possuíam um caráter cultural já constituído.
Muito das artes e os elementos artísticos produzidos esculturalmente e artesanalmente pelos afrodescendentes no período colonial e imperial, foi uma união com as culturas portuguesas e indígenas presentes no convívio dos escravos.
Além do destaque artístico afro-brasileiro nas esculturas e pinturas durante o período barroco, a arte musical foi notoriamente a mais difundida e até hoje repassada e ensinada para as novas gerações. Através dos atabaques, agogôs, tambores e berimbaus, a música afro-brasileira é ainda disseminada através das religiões, dos ensinos culturais e também pela capoeira.

História e características da arte africana 
O continente africano acolhe uma grande variedade de culturas, caracterizadas cada uma delas por um idioma próprio, tradições e formas artísticas características. O deserto do Saara atuou e continua atuando como uma barreira natural entre o norte da África e o resto do continente. Os registros históricos e artísticos demonstram indícios que confirmam uma série de influências entre as duas zonas. Estas trocas culturais foram facilitadas pelas rotas de comércio que atravessam a África desde a antiguidade. 
Podemos identificar atualmente, na região sul do Saara, características da arte islâmica, assim como formas arquitetônicas de influência norte-africana. Pesquisas arqueológicas demonstram uma forte influência cultural e artística do Egito Antigo nas civilizações africanas do sul do Saara. 
A arte africana é um reflexo fiel das ricas histórias, mitos, crenças e filosofia dos habitantes deste enorme continente. A riqueza desta arte tem fornecido matéria-prima e inspiração para vários movimentos artísticos contemporâneos da América e da Europa. Artistas do século XX admiraram a importância da abstração e do naturalismo na arte africana. 
A história da arte africana remonta o período pré-histórico. As formas artísticas mais antigas são as pinturas e gravações em pedra de Tassili e Ennedi, na região do Saara (6000 AC ao século I da nossa era).  
Outros exemplos da arte primitiva africana são as esculturas modeladas em argila dos artistas da cultura Nok (norte da Nigéria), feitas entre 500 AC e 200 DC. Destacam-se também os trabalhos decorativos de bronze de Igbo-Ukwu (séculos IX e X) e as magníficas esculturas em bronze e terracota de Ifé (do século XII al XV). Estas últimas mostram a habilidade técnica e estão representadas de forma tão naturalista que, até pouco tempo atrás, acreditava-se ter inspirações na arte da Grécia Antiga. 
Os povos africanos faziam seus objetos de arte utilizando diversos elementos da natureza. Faziam esculturas de marfim, máscaras entalhadas em madeira e ornamentos em ouro e bronze. Os temas retratados nas obras de arte remetem ao cotidiano, a religião e aos aspectos naturais da região. Desta forma, esculpiam e pintavam mitos, animais da floresta, cenas das tradições, personagens do cotidiano etc. 

Chegada ao Brasil 
A arte africana chegou ao Brasil através dos escravos, que foram trazidos para cá pelos portugueses durante os períodos colonial e imperial. Em muitos casos, os elementos artísticos africanos fundiram-se com os indígenas e portugueses, para gerar novos componentes artísticos de uma magnifica arte afro-brasileira.

Uma das artes afro-brasileiras
O Alaká africano, conhecido como pano da costa no Brasil , É Produzido por tecelãs do terreiro de candomblé ,
em Salvador , em um espaço chamado de Casa do Alaká .

Conhecendo o museu afro-brasileiro 


Musica e Dança


Música

A música criada pelos afro-brasileiros é uma mistura de influências de toda a África subsaariana. com elementos da música portuguesa e, em menor grau, ameríndia*, que produziu uma grande variedades de estilos.
*Povos ameríndios : Índio, indígena ou nativo americano são os nomes dados aos habitantes da América antes da chegada dos europeus, e os seus descendentes atuais.
A música popular brasileira é fortemente influenciada pelos ritmos africanos.As expressões de música afro-brasileira mais conhecidas são o samba, maracatu, ijexá, coco,
jongo, carimbó, lambada, maxixe, maculelê.
Como aconteceu em toda parte do continente americano onde houve escravos africanos, 
a música feita pelos afro-descendentes foi inicialmente desprezada e mantida na marginalidade, 
até que ganhou notoriedade no início do século XX e se tornou a mais popular nos dias atuais.

Instrumentos usados por afro-brasileiros

Afoxé
Agogô
Alfaia
Atabaque
Berimbau
Tambor

As principais características dos africanos são a musicalidade e suas danças compostas por diferentes ritmos e instrumentos. A criatividade proporcionou a criação de vários instrumentos musicais, entre eles podemos destacar:

 Afoxé – é um instrumento musical de percussão formado por uma cabaça redonda coberta por uma rede de bolinhas ao redor de seu corpo. O som é produzido quando se giram as bolinhas em um sentido, e o cabo no sentido oposto. É um instrumento musical muito utilizado nos rituais de umbanda e pelos grupos de samba e reggae.



Agogô – instrumento musical percussivo composto de duas a quatro campânulas (objeto em forma de sino) de tamanhos diferentes, ligadas entre si pelos vértices. É o instrumento mais antigo do samba.


 Berimbau – é um instrumento de corda usado para fazer percussão na capoeira. É um arco feito de uma vara de madeira, de comprimento aproximado de 1,20m a 1,60m, e um fio de aço (arame) preso nas extremidades da vara. Em uma das extremidades do arco é fixada uma cabaça que funciona como caixa de ressonância. Para a realização do som, é necessária a utilização de uma pedra ou moeda, vareta e caxixi.

Caxixi – é um instrumento de percussão que corresponde a um pequeno cesto de palha trançada contento sementes ou arroz para a produção do som. Esse objeto é um complemento do berimbau.



 Cuíca – consiste numa espécie de tambor com uma haste de madeira presa no centro da membrana de couro, pelo lado interno. O polegar, o indicador e o dedo médio seguram a haste no interior do instrumento com um pedaço de pano úmido, os ritmos são articulados pelo deslizamento deste tecido ao longo do bambu. A outra mão segura a cuíca e com os dedos exerce uma pressão na pele. Quanto mais forte a haste for segurada e mais pressão for aplicada na pele, mais altos serão os tons obtidos.


Kora – instrumento musical formado por 21 cordas. Tem uma caixa de ressonância feita de cabaça e suas cordas eram originalmente feitas de pele de antílope. O instrumentista usa somente o polegar e o indicador de ambas as mãos para dedilhar as cordas da Kora, sendo que os dedos restantes seguram o instrumento. O som produzido pela kora é semelhante ao da harpa.



 Reco-reco – objeto musical feito de madeira ou bambu com ranhuras transversais que são friccionados por uma vareta. O som é obtido através da raspagem de uma baqueta sobre as ranhuras transversais.


 Tambores – são os principais instrumentos musicais africanos. Existem dos mais variados formatos, tamanhos e elementos decorativos. É um objeto musical de percussão, é oco e feito de bambu ou madeira. Além de sua utilização nos eventos festivos, os tambores eram uma forma de comunicação entre comunidades distantes, em razão de sua forte potência sonora.

 Alfaia - Alfaia (significado: roupa, utensílio, enfeite) é um instrumento musical da família dos membranofones (o som é obtido através da membrana ou pele) com volume determinado pelo tocador, utilizado principalmente no ritmo do Maracatu, e também usado no Coco-de-Roda e Ciranda.
O instrumento é formado de: corpo, membrana, aro, e cordas de afinação.
O tocador apresenta em pé e percute a alfaia com duas baquetas, na maioria das vezes em cortejo ou procissão. Mais popular no Nordeste brasileiro, tendo principal estado Pernambuco.



 Atabaque - Atabaque é um instrumento musical de percussão afro-brasileiro. O nome se originou do termo árabe al-Tabaq, que significa "prato"[1] . Constitui-se de um tambor cilíndrico ou ligeiramente cônico, com uma das bocas coberta de couro de boi, veado ou bode.
Podem haver três sistemas principais de tensionamento do couro: por cordas e cunhas, por ferragens (à semelhança das congas cubanas) ou por birro (à semelhança do Sabar senegalês, do Kpanlogo ganês, entre outros tipos de tambores africanos).
É tocado com as mãos, com duas baquetas, ou por vezes com uma mão e uma baqueta, dependendo do ritmo e do tambor que está sendo tocado. Pode ser usado em kits de percussão em ritmos brasileiros, tais como o samba e o axé music.


Dança

A dança afro-brasileira compõe-se de um conjunto de diferentes danças e dramatizações, que apresentam em comum a raiz negra africana. Recriada no Brasil, nas diferentes épocas e regiões, essa herança foi ganhando novos significados e expressões. Na sua origem, algumas delas eram realizadas para recordar ou relatar aos mais jovens, fatos históricos marcantes. Ao reforçar tradições e fundamentos da sua cultura, as danças tornavam-se um importante meio de autoafirmação do grupo familiar ou social. Outras danças, entretanto, nasceram como meio de expressão e diversão, relacionando ao corpo, emoções e atitudes das pessoas daquele grupo. Eram também uma forma de valorização diante do grupo ou de si mesmos. Revelavam a intensidade do axé (energia) de cada um, de seu poder e capacidade de atuação. Trazidas ao Brasil, com a escravidão, encontraram nas senzalas e nos quilombos, espaço de resistência e afirmação cultural. Durante este século, a dança afro-brasileira, como toda cultura, foi se recriando através do tempo. Hoje, se mantém com uma expressão de características próprias bem marcantes. As danças brasileiras, assim como a raça brasileira, provém das mesmas matrizes: europeia, africana e influências indígenas. Em algumas danças e manifestações folclóricas, já não se percebe mais as suas origens étnicas, criando danças ricas e exclusivamente originadas no Brasil. Podem ser consideradas danças afro-brasileiras várias manifestações da nossa cultura popular: afoxé, samba de roda, dança do maculelê, reggae, samba-reggae, danças rituais e até mesmo o recente axé baiano. Também se destaca a dança afro-brasileira propriamente dita, criada a partir do cotidiano do negro africano. Representam momentos da vida diária da tribo africana - como a colheita, o corte da cana, a preparação da farinha, a caça ou a pesca - ou ritos e tradições, como a chegada de um rei, a coroação ou a morte. Agilidade e soltura de cabeça, ombros, braços, tronco e quadril são pontos em comum dos movimentos, que variam entre intensa energia, lentidão e sensualidade. Os joelhos flexionados e os pés marcando fortemente o ritmo mostram a ligação com a terra.

Principais danças Afro-Brasileiras

Jongo: É uma dança de origem africana. O jongo permitia que os escravos se comunicassem de forma que os senhores e capatazes não compreendessem aquilo que falavam. Por meio dessa dança contavam suas tristezas e sofrimentos.



Roda De Capoeira: Desenvolvida no Brasil por escravos africanos, é uma forma de expressão cultural que mistura dança, luta, música, jogo. Nela são encenados golpes e movimentos acompanhados por músicas. Os capoeiristas ficam na roda de capoeira batendo palma no ritmo do berimbau e cantando a música enquanto dois capoeiristas jogam capoeira.
Desenvolvida no Brasil principalmente por descendentes de escravos africanos com alguma influência indígena, é caracterizada por golpes e movimentos ágeis e complexos, utilizando primariamente chutes e rasteiras, além de cabeçadas, joelhadas, cotoveladas, acrobacias em solo ou aéreas.
Uma característica que distingue a capoeira da maioria das outras artes marciais é a sua musicalidade associada a dança. Praticantes desta arte marcial brasileira aprendem não apenas a lutar e a jogar, mas também a tocar os instrumentos típicos e a cantar. Um capoeirista experiente que ignora a musicalidade é considerado incompleto.
A capoeira possui três estilos que se diferenciam nos movimentos e no ritmo musical de acompanhamento. O estilo mais antigo, criado na época da escravidão, é a capoeira angola. As principais características deste estilo são: ritmo musical lento, golpes jogados mais baixos (próximos ao solo) e muita malícia. O estilo regional caracteriza-se pela mistura da malícia da capoeira angola com o jogo rápido de movimentos, ao som do berimbau. Os golpes são rápidos e secos, sendo que as acrobacias não são utilizadas. Já o terceiro tipo de capoeira é o contemporâneo, que une um pouco dos dois primeiros estilos. Este último estilo de capoeira é o mais praticado na atualidade.



Samba De Roda: É um gênero musical de tradição afro-brasileira. É tocado com pandeiros, atabaques, berimbaus, chocalho e viola.
Samba de roda é uma variante musical mais tradicional do samba, originário do estado brasileiro da Bahia, provavelmente no século XIX.
O estilo musical tradicional afro-brasileiro é associado a uma dança, que por sua vez está associada à capoeira. É tocado por um conjunto de pandeiro, atabaque, berimbau, viola e chocalho, acompanhado principalmente por canto e palmas.



Maracatu: É um dos ritmos de tradição africana, que hoje é difundido em todo o nordeste brasileiro, especialmente, nas cidades de Recife e Olinda. É caracterizado principalmente pela percussão forte, que teve origem nas congadas ,cerimônias de coroação dos reis e rainhas da nação negra.
O Maracatu Nação é uma manifestação da cultura popular brasileira, afrodescendente e de cunho religioso. Surgiu durante o período escravocrata, provavelmente entre os séculos XVII e XVIII, onde hoje é o Estado de Pernambuco, principalmente nas cidades de Recife, Olinda e Igarassu. Como a maioria das manifestações populares do país é uma mistura de culturas ameríndias, africanas e europeias.
Apesar de existirem muitas visões, histórias e hipótese diferentes, a explicação mais difundida entre os estudiosos a cerca da origem do Maracatu Nação é a de que ele teria surgido a partir das coroações e autos do Rei do Congo, prática implantada no Brasil supostamente pelos colonizadores portugueses e por consequência permitida pelos senhores de escravos.
Os eleitos como Rainhas e Reis do Congo eram lideranças políticas entre os cativos, intermediários entre o poder do Estado Colonial e as mulheres e homens de origem africana. Destas organizações teriam surgido muitas manifestações culturais populares que passaram a realizar encontros e rituais em torno dessas representações sociais, dando origem ao Maracatu de Baque Virado.
Com a abolição da escravatura no Brasil, no fim do século XVIII, o Maracatu passa gradualmente a ser caracterizado como um fenômeno típico dos carnavais recifenses, como ocorreu com o Frevo e outras práticas populares tipicamente brasileiras, tendo em diversos “agrupamentos” uma forte ligação com a religiosidade do Candomblé ou Xangô Pernambucano.
Atualmente existem grupos percussivos que trabalham com elementos da Cultura do Maracatu Nação em quase todos os estados brasileiros e em diversos países como Canadá, Inglaterra, França, Estados Unidos da América, Japão, Escócia, Alemanha, Espanha, entre outros.



Tambor De Crioula:A dança não requer ensaios. Originalmente não exigia um tipo de indumentária fixa, mas nos dias atuais a dança pode ser vista com as brincantes vestidas em saias rodadas com estampas em cores vivas, anáguas largas com renda na borda e blusas rendadas e decotadas brancas ou de cor. Os adornos de flores, colares, pulseiras e torços coloridos na cabeça terminam de compor a caracterização da dançante. Os homens trajam calça escura e camisa estampada.
A animação é feita com o canto puxado pelos homens com o acompanhamento das mulheres. Um brincante puxa a toada de levantamento que pode ser uma toada já existente ou improvisada. Em seguida, o coro, integrado pelos instrumentistas e pelas mulheres, acompanha, passando esse canto a compor o refrão para os improvisos que se sucederão. Os temas, puxados livremente em toadas, podem ser classificados como de auto apresentação, louvação aos santos protetores, sátiras, homenagem às mulheres, desafio de cantadores, fatos do cotidiano e despedida.
O tambor de crioula é uma dança afro-brasileira encontrada no Estado do Maranhão e praticada sobre tudo por descendentes de africanos. A principal característica coreográfica da dança é a formação de um círculo com solistas dançando alternadamente no centro. Um de seus traços distintivos é a Punga ou Pungada, (a umbigada).
A música que acompanha a dança é tocada por três tambores de madeira com couro preso por cravelhas em uma das extremidades e fixada por fricção. Os tambores são afunilados e escavados. Atualmente utilizam-se também tambores de cano plástico PVC.



Maculelê: Maculelê é um tipo de dança folclórica brasileira de origem afro-brasileira e indígena.
O maculelê em sua origem era uma arte marcial armada, mas atualmente é uma forma de dança que simula uma luta tribal usando como arma dois bastões, chamados de grimas (esgrimas), com os quais os participantes desferem e aparam golpes no ritmo da música. Num grau maior de dificuldade e ousadia, pode-se dançar com facões em lugar de bastões, o que dá um bonito efeito visual pelas faíscas que saem após cada golpe. Esta dança é muito associada a outras manifestações culturais brasileiras como a Capoeira e o frevo.


Cultura africana na musica brasileira


Historia da capoeira


Culinária Afro-Brasileira

As comidas podem ser feitas de duas maneiras : no terreiro de candomblé e com pouco tempero para serem servidas aos orixás e de outra maneira fora dos terreiros  com muito tempero e são mais saborosas, sendo vendidas pelas baianas do acarajé e degustadas em restaurantes e residências.

Acarajé
Comida de origem africana muito popular na Bahia, mas famosa em todo o Brasil.
O acarajé é feito com uma massa de feijão-fradinho, que é frita em pequenas porções no azeite-de-dendê (ou azeite-de-cheiro). 
O molho que acompanha o bolinho é de camarões secos moídos, pimenta-malagueta e cebola. Esses ingredientes também são fritos no mesmo azeite.


Vatapá
Algumas pessoas costumam atribuir à Africa vários pratos e condimentos que são totalmente brasileiros, como no caso do Vatapá que não é originário de lá.  Câmara Cascudo, que é Antropólogo foi até a Africa e descobriu que ninguém sabia o que significava o nome "vatapá", e que alguns pratos que atribuímos à Africa, são, na realidade, brasileiros. E ele afirma ainda que o vatapá é de origem Tupi. (pode ser, por conta da semelhança com o Tacacá).



Cuscuz Doce
 O cuscuz de tapioca é um prato originário da culinária africana com ingredientes brasileiros de origem indígena  Também é conhecido como cuscuz branco ou ainda, pudim de tapioca. É um preparado a partir da fécula da mandioca, conhecida como tapioca. Pode ser doce ou salgado. Na maioria das receitas de preparo do cuscuz de tapioca doce se acrescenta coco ralado, açúcar, água ou leite. Os índios não tinham acesso ao açúcar e nem ao leite por exemplo, ambos trazidos pelos europeus. Já as africanas eram as principais responsáveis pela administração alimentar da sociedade, ou seja, das mãos delas saia quase tudo o que era consumido na capela clerical, na casa grande, etc. Ao ter acesso a mais recursos alimentares que os nativos, as mesmas acabavam por misturar tudo e criar receitas novas com os ingredientes ameríndios e europeus.


Xinxim
Morta a galinha, depena-se, lava-se bem, depois de retirados os intestinos, e corta-se em pequenos pedaços. Deitam-se na vasilha ou panela para cozinhar com sal, alho e cebola ralados. Logo que a galinha estiver cozida, adicionam-se camarões secos em quantidade, sal, se for preciso, cebola, sementes ou pevides de abóbora ou melancia, tudo ralado na pedra, e o azeite de dendê.
Prato tradicional da cozinha afro-baiana. É um refogado de galinha com camarões secos, temperos (como sal, cebola, azeite-de-dendê) e sementes de abóbora torrada e ralada. Esse último ingrediente pode variar dependendo da receita. 


Feijoada
Feijoada, que também se originou nas senzalas. Enquanto as melhores carnes iam para a mesa dos senhores, os escravos ficavam com as sobras: pés e orelhas de porco, linguiça, carne-seca etc., eram misturados com feijão preto ou mulatinho e cozidos num grande caldeirão.
Segundo registra o folclorista Câmara Cascudo, as receitas são incontáveis e, com elas, variam tanto as carnes quanto as verduras usadas.
Nos engenhos de açúcar, para onde foram levados os escravos, as negras eram responsáveis pela alimentação dos senhores brancos, e passaram a adaptar sua arte culinária aos ingredientes da colônia que ali dispunham.
Com a necessidade de suprir a colônia e a sua própria demanda, os negros tiveram que reinventar a sua arte de cozinhar na terra brasilis.
Na carência de alimentos e ingredientes típicos de sua cultura, improvisavam com os que encontravam aqui. A mandioca por exemplo, era utilizada quando não tinha o inhame. Na falta das pimentas que utilizavam na África, aproveitavam o azeite-de-dendê, que já conheciam da sua terra. As primeiras arvores chegaram aqui em meados do séc XVI.
Sementes, raízes, folhas, frutas e tudo que pudesse suprir a carências dos alimentos na colônia e nas senzalas, passaram a dar um novo sabor na sua arte de cozinhar e assim, na própria cozinha brasileira, que essencialmente com a incorporação de animais que a dieta africana trazia em seus cardápios, privilegiava a mesa dos Senhores nas colônias. Adeptos da caça, utilizaram os animais que encontravam no estranho território como, tatus, lagartos, cutias, capivaras, preás e caranguejos. Os animais eram muitos frequentes nos cardápios das senzalas e praticamente passou a incorporar os cardápios dos colonizadores.
Da Culinária Afro-Brasileira é muito comum o uso do caldo dos alimentos, pois ele é um item fundamental no preparo de outros, como por exemplo, sua mistura com a farinha.
Proveniente tanto do próprio alimento assado ou cozido, quanto do alimento preparado com água e sal, o caldo deu origem a pratos típicos da cozinha brasileira, como o Angu (caldo com farinho de milho), e o pirão (caldo com farinha de mandioca), já conhecido pela cultura indígena.
O modo africano na arte de cozinhar e temperar incrementou elementos culinários de portugueses e indígenas, recriando tanto sua própria arte de cozinhar, quanto a própria forma á cozinha brasileira.
 Dos pratos portugueses era comum as galinhas e os ovos nas dietas dos escravos doentes, pois os opressores acreditavam que fossem alimentos revigorantes. Com o passar dos tempos, a galinha passou a ser incluída nas cardápios afro-brasileiros. Assim, desenvolveram-se pratos típicos da cozinha brasileira, como o vatapá e o xinxim, resistentes até hoje, nos cardápios típicos regionais do país.
Dos pratos indígenas, a Culinária Afro-Brasileira além de diversas ervas, frutas e raízes, utilizou a mandioca. Um dos pratos afro-indígena brasileiro bem popular é o caruru. Feito apenas de ervas socadas ao pilão. Com o passar dos anos ganhou outros ingredientes, como peixe e legumes cozidos.
Na cozinha afro-brasileira, além do popular acarajé, feito da mistura de feijão-fradinho, azeite-de-dendê, sal, cebola, camarões e pimenta, é comum encontramos a pamonha de milho, originado de um prato típico africano, o acaçá.
A Vinda dos africanos ao país, não significou somente a inclusão de formas de preparo e ingredientes na cozinha colonial, por sua vez, brasileira. Representou também a transformação da sua própria arte de cozinhar. Muitos dos pratos africanos reinventados com os ingredientes brasileiros, retornaram com um novo sabor para culinária africana. Hoje vários pratos típicos da Culinária Afro-Brasileira compreendem a culinária do continente africano.
Portanto, tanto os alimentos e ingredientes, quanto tudo que concerne da arte e cultura dos africanos que vieram para o Brasil na época da escravidão africana, durante o período de colonização, foi determinante para "explicar" o desenvolvimento da nossa cozinha brasileira e consequentemente a própia gastronomia afro-brasileira.



Mais da culinária...


RELIGIÃO

Algumas religiões Afro-Brasileiras conseguiram firmar suas raízes ate hoje , 
e outras somente se misturaram com o catolicismo .

Principais religiões Afro-Brasileiras 


Babaçuê - Pará
Batuque - Rio Grande do Sul
Cabula - Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Santa Catarina.
Candomblé - Em todos estados do Brasil : 
Culto aos Egungun - Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo
Culto de Ifá - Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo
Macumba - Rio de Janeiro
Omoloko - Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo
Quimbanda - Rio de Janeiro, São Paulo
Tambor-de-Mina - Maranhão
Terecô - Maranhão
Umbanda - Em todos estados do Brasil
Xambá - Alagoas, Pernambuco
Xangô do Nordeste - Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe
Confrarias
Irmandade da Boa Morte
Irmandade dos homens pretos
Sincretismo

Candomblé
 Religião afro-brasileira que cultua os orixás, deuses das nações africanas de língua ioruba dotados de sentimentos humanos como ciúme e vaidade. O candomblé chegou ao Brasil entre os séculos XVI e XIX com o tráfico de escravos negros da África Ocidental. Sofreu grande repressão dos colonizadores portugueses, que o consideravam feitiçaria. Para sobreviver às perseguições, os adeptos passaram a associar os orixás aos santos católicos, no sincretismo religioso. Por exemplo, Iemanjá é associada a Nossa Senhora da Conceição; Iansã, a Santa Bárbara, etc.
 As cerimônias ocorrem em templos chamados territórios. Sua preparação é fechada e envolve muitas vezes o sacrifício de pequenos animais. São celebrados em língua africana e marcadas por cantos e o ritmo dos atabaques (tambores), que variam segundo o orixá homenageado. No Brasil, a religião cultua apenas 16 dos mais de 300 orixás existentes na África Ocidental.

Umbanda
 Religião brasileira nascida no Rio de Janeiro, nos anos 20, da mistura de crenças e rituais africanos e europeus. As raízes umbandistas encontram-se em duas religiões trazidas da África pelos escravos: a cabula, dos bantos, e o candomblé, na nação nagô. A umbanda considera o universo povoado de entidades espirituais, os guias, que entram em contato com os homens por intermédio de um iniciado (o médium), que os incorpora. Tais guias se apresentam por meio de figuras como o caboclo, o preto-velho e a pomba-gira. Os elementos africanos misturam-se ao catolicismo, criando a identificação de orixás com santos. Outra influência é o espiritismo kardecista, que acredita na possibilidade de contato entre vivos e mortos e na evolução espiritual após sucessivas vidas na Terra. Incorpora ainda ritos indígenas e práticas mágicas europeias.


Documentário sobre as religiões Afro-Brasileiras